O romanismo compreende de forma literal as expressões:

• “isto é o meu corpo” (Lc 22.19);

• “Este cálice é[...] meu sangue” (Lc 22.20).

[Para eles], os elementos da Ceia se convertem no corpo e no sangue de Cristo.

Esse ensino é conhecido como transubstanciação.

Há pelo menos dois problemas com essa interpretação:

• Quando Jesus celebrou a última Páscoa, não poderia estar fisicamente no pão e no cálice.

• Jesus disse, por exemplo, que ele era a porta.

  • Ele não se referia a uma porta literal.

    • “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” Jo 10.9

A tradição luterana nega que os elementos da Ceia se convertem no corpo e no sangue de Cristo.

Afirma que o corpo físico de Jesus está presente no pão da Ceia.

Esse entendimento é denominado de consubstanciação.

A tradição pentecostal entende que:

• o pão e o vinho não se convertem fisicamente no corpo de Jesus;

• Jesus não está presente fisicamente neles.

• O pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus.

• Jesus se faz presente espiritualmente [na] Ceia.

  • “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” Mt 18.20

Enfatizamos o aspecto memorial na celebração da Ceia do Senhor.

A Ceia do Senhor é para quem está em comunhão, e não para dar comunhão.

Paulo destacou como propósito dessa celebração “anunciar a morte do Senhor”.

• “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.” 1Co 11.26

A Ceia do Senhor aponta para o Calvário.

• A vitória de Cristo sobre o pecado, a morte e o Diabo.

  • “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Hb 2.14,15

• Fomos justificados e reconciliados com Deus.

  • “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” 2Co 5.21

Celebramos a vitória de Jesus na cruz, que também é nossa.

• “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram a sua vida até à morte.”Ap 12.11

A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda.

• “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.” 1Co 11.26

Quando essa esperança é perdida, a igreja se seculariza.

Na Ceia do Senhor, a igreja também mantém o seu olhar no futuro, esperando e ansiando por sua Segunda Vinda.

A Igreja lembra que é peregrina e que sua pátria não é aqui.

• “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.” Fp 3.20,21

[Divisão entre irmãos] era um problema recorrente entre os coríntios e estava presente também na Ceia do Senhor.

• “Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloe que há contendas entre vós.” 1Co 1.11

• “Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior.“ 1Co 11.17

  • COMPARE: “Nas instruções a seguir, porém, não posso elogiá-los, pois, quando vocês se reúnem, fazem mais mal que bem.“ 1Co 11.17 NVT

O clima fraterno e de comunhão deixara de existir.

• “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” At 2.42

• “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” 1Jo 1.7

Alguns não esperavam pelos outros para celebrarem a Ceia juntos.

• “Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro embriaga-se.” 1Co 11.21

Quando há divisão, litígios e intrigas entre os crentes, a celebração perde todo o seu sentido.

Paulo advertiu sobre o perigo de participar da Ceia indignamente.

• Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.” 1Co 11.27

“Indignamente” está relacionado ao modo como os coríntios estavam comendo a Ceia:

• de maneira desordenada:

  • quando não esperavam um pelos outros;

• de maneira indisciplinada:

  • quando comiam mais do que os outros

• de maneira irreverente:

  • quando se embriagavam.

• “Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro embriaga-se. Não tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos louvo.” 1Co 11:21-22

Se em lugar de um advérbio (modo), Paulo tivesse usado um adjetivo (estado), ninguém poderia participar da Ceia.

• “Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.” 1Co 11.27

Não participamos porque somos dignos, mas pela graça de Deus.

Ninguém [deve] pensar que pode participar da Ceia vivendo deliberadamente em pecado.

Pecado não confessado atrai o juízo divino.

A Ceia do Senhor [não é a celebração de um] funeral.

A Ceia celebra o Cristo que morreu, mas que ressuscitou.

• “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, [...].” 1Co 15:3,4

Deve ser uma celebração reverente e festiva [de abundante alegria].

• “[...] Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade.” 1Co 5:7-8

Nosso Redentor vive e, devemos demonstrar isso.